"Amar é um dos verbos mais difíceis de se conjugar: o seu passado não é perfeito, seu presente apenas indicativo; e o futuro é sempre condicional." (Jean Cocteu)"

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Saudades do Assédio Sexual (Perdão Mamãe)



Saudades do Assédio Sexual
( Perdão Mamãe!) (Post 5 - 22/01/07)


Uma mulher certa vez escreveu...

"Sim perdão mamãe... Eu sei que milhares de mulheres - e você em primeiro lugar - vão me condenar por alta traição depois de dar uma olhada nas páginas desse livro.

Eu até já posso escutá-las me acusando, a mim, uma mulher como vocês, de ter traido "a causa", porque ousei publicar um manifesto antifeminista tão incendiário. "Traição"? - O que é isso que estou dizendo? acho que vão me acusar de muito mais: Agressão selvagem! Declaração de Guerra! Bombardeio Cego! Crime contra a humanidade!

Tudo Bem eu assumo...
As jovens mulheres de hoje são filhas das "revolucionárias"feministas de um quarto de século atráz. Mas é preciso dizer, a bem verdade, que o que sobrava em bravura e determinação faltava em bom humor: com tuas camaradas "liberadas"dos anos 60-70 não havia muita chance de rir.

Quando vocês pronunciavam a sacrossanta fórmula "liberação da mulher", a gente tinha a impressão de estar ouvindo o ressentimento (justo por certo!) de antigos combatentes; vocês pareciam mártires da Resistência redivivos.

As mamães faziam uma nova cruzada, Reeditavam a Resistencia...

E os inimigos mortais não eram os Mouros nem os nazistas - Eram os Homens. O que é que vocês conseguiram nos incutir com a sua guerrilha contra os homens?

Naquela época, nós, filhas de vocês, nos aborreciamos. Francamente nós rebentos de de maio de 68, ficamos TRAU-MA-TI-ZA-DAS, tudo aquilo que vocês ousáram nos impor. Vocês não esperavam, por certo, que eu e minhas companheiras alimentadas com leite em pó, poderíamos agradecer-lhes por todos os horrores suportados durante os anos setenta.

Tão logo vimos a lúz fomos selvagemente agredidas por vossos ignóbeis papeis de parede pintados com grandes flores cor-de laranja do Flower Power, por vossos móveis em plexiglass ou em alúminio escovado, por espantosos pufes de artesanato hippie feitos com retalhos "de couro legítimo", pelos infames pulôveres de gola rulê combinados com calças boca de sino - o estilo "pata de elefante" que, efetivamente faziam vocês se parecerem com paquidermes.

Ah São bem divertidos os sótãos das mamães que tinham vinte anos em 68: os seus filhotes (ao menos os que escapavam da pílula) estão sempre exumando das pilhas de guardados as bolsas em Macramê, os shorts de acrílico, os posters estiulo Vasarely e as suas coleções de sapatos de cores psicodélicas com salto plataforma. Usar isso já era uma segurança e tanto contra o estúpro!

Mas o pesadelo não acabava aí. Pendurada acima do meu berso, você sempre colocava uma foto de Twiggy, a manequim favorita das revistas femininas de vocês - talvez tentando me icutir que a mulher ideal devia ser um esqueleto anorexico.

Atualmente, graças a lavagem cerebral feita por você, na linha vegetariana, ainda fico supercondicionada o esquema de leite desnatado, engordando a conta do médico que receita dietas, sempre que a balança me olha de cara feia.

Oh! eu já ia esquecendo o genocídio da cinta liga! Fico pensando como é que sua geração que impôs o collant, têm a ousadia de olhar seus próprios filhos nos olhos?

Depois do cointo de castidade, o collant é talvez o maior assassino de situações eróticas.

E, Além disso - voltamos ao ponto - temos a famosa luta de vocês contra os homens. Vocês dizem: "Nós conseguimos pressioná-los".

De fato conseguiram.

Mas vocês conseguiram mais que isso: conseguiram que os homens deixassem de nos importunar. A gente passa na rua e não escuta mais um assobio, uma piada, um galanteio...

Ah! ... Onde estão os velhos e bons tempos de assédio sexual? Apesar das versões modernas - fictícias e cinematográficas - em que a mulher aparece como algós e o homem como vítima, vamos admitir que, na vida real o pioneirismo e a liderança dos homens em matéria de assédio sexual são incontestáveis.

Mas essa velha prática esta ameaçada. Nos EUA pode até render um processo. Quando um chefe de escritório pensa na secretária, ele foge apavorado, o coitado, temeroso dos seus próprios pensamentos.

A bolinada será brevemente classificada entre as espécies em extinção, e estudada nos manuais de história.

Você, mamãe, e as suas amigas feministas conseguiram complexar, inibir e castrar os homens, e nós, agora, batalhamos em desespero para encontrar um só que ainda não tenha se tornado gay ou impotente.

Infelizmente, quando conseguimos descolar a pérola rara, percebemos que vocês se recusaram a ensinar o essencial: Não sabemos preparar comidinhas apetitosas, falta habilidade para passar a ferro amorosamente as camisas dele, ou costurar com capricho suas bainhas, ou mesmo preparar um verdadeiro café para ele.

Nas olimpíadas do celibato, fui preparada por você, mamãe, para chegar ao pódium.

Eu sei, mamãe, que você vai dizer que eu exagero. Que estou sendo injusta. Que vocês~, afinal, não lutaram por nada. A pílula, a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o novo casamento, o novo divórcio - que, afinal, tudo isso significou alguma coisa.

Claro que sim.
Mas eu quero justamente te chatear um pouco. Porque preciso te dizer em voz alta que eu GOSTO MUITO dos homens.

E exatamente por causa de todos os defeitos que eles têm.

Porquê é preciso reconhecer que nós, mulheres, sabemos bem que os homens nunca vão mudar verdadeiramente e vão ficar para sempre, eternamente, aquilo que nunca deixaram de ser: Grandes gargantas, mas também grandes corações , Machões mas desajeitados, simplórios mas tocantes, abusados mas tímidos, gritões mas assustados, corneados mas... Contentes...".
Prefácio do Livro de Agnes Michaux (Dícionário Misógino, LP&M - 1993):

Senhoras e senhores: acabo de lhes apresentar a Crise de identidade do movimento feminista!!!!

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