"Amar é um dos verbos mais difíceis de se conjugar: o seu passado não é perfeito, seu presente apenas indicativo; e o futuro é sempre condicional." (Jean Cocteu)"

segunda-feira, 29 de março de 2010

A Verdade sobre Aurora


Escondido nos recônditos das marchas carnavalescas, um mistério:
Aurora; uma mulher comum, que desejava ser amada e feliz, foi imortalizada sob o jugo da insinceridade.

Difundida aos quatros cantos do nosso país, a marchinha acusa indubitavelmente essa mulher de não ser sincera.
Mas nunca ficou claro o em que se baseia tal acusação.

Agora o mistério chega ao fim:
Depois de anos de investigação, pesquisando arquivos e entrevistando testemunhas , consegui finalmente descobrir o motivo que levou a essa mulher carregar até hoje o estigma que a deixou na miséria.
A historia de uma mulher cuja paixão fez com que abrisse mão da única chance de sua vida de ter um lindo apartamento com porteiro e elevador, ar refrigerado para os dias de calor sem contar com a alcunha de madame antes do nome.

Eis: 
A VERDADEIRA HISTÓRIA DE AURORA (por Dú Badaró)

Aurora era uma mulher simples, nascida no Rio de Janeiro, em Santa Cruz na zona oeste. Foi criada numa família pobre mas honrada.
O esmero em sua criação refletia o desejo de seus pais de que, através de um bom casamento, pudesse sua filha ter um futuro mais digno e próspero. 

Aurora foi educada com sacrifício, na arte do corte e costura, também cozinhava muito bem e cantava no coral da pequena igreja de seu bairro.
Engana-se porém quem achava que seus dotes se limitavam aos talentos domésticos. Pois era também, Aurora, uma formosa rapariga.

Certa feita conheceu Mário Lago, advogado, homem de letras que era também compositor e ator nas horas vagas.
Mário, quase à primeira vista, encantou-se com Aurora e, como mandavam as boas maneiras da época, pediu aos pais da pretendida que autorizassem o namoro.

Os pais, apos minucioso escrutinio da vida do pretendente, permitiram a relação, e, assim o namoro seguiu dentro dos conformes. No sofá da sala, no máximo de mãos dadas.

O grande problema é que Aurora não amava Mário. 
O aceitara por respeito à seus pais, uma vez que o jovem advogado representava tudo aquilo eles desejavam. Um homem de família, que morava num belo apartamento no Leblon.

Para desespero da pobre moçoila, meses antes conhecera um jovem rapaz aventureiro: Alaor, mais conhecido como Alaô, que sonhava em atravessar o deserto do Saara. Alaô era um bonito moço sempre com o rosto bronzeado, pois se recusava a passar protetor solar na cara.

Aurora se apaixonara perdidamente por Alaô e numa noite de luar cedendo a paixão que a arrebatava, finalmente se entregou ao amado. Mas, para seu desespero, seus pais descobriram o romance proibido e, sem saber que Aurora não era mais casta, proibiram terminantemente o namoro dos jovens apaixonados.

Quando surgiu Mário, encantado por Aurora, foi um grande alívio para a família e forçada por seus progenitores, ela, muito à contragosto, aceitou o namoro.

O que ninguém sabia é que ela ainda encontrava-se secretamente com Alaô. E e secretamente, numa noite sem lua, fugiram os dois para nunca mais voltar.
Dizem que fugiram para o Egito e se converteram ao Islã e que rezam muito para Allah. 

Foram vistos por Haroldo Lobo (que estava em excursão pela África) atravessando o deserto do Saara, sob o sol quente, ambos
somente com o rosto queimado (provavelmente pelo habito de não usar protetor solar na cara).

Mário, surpreendido e decepcionado em sua dor compôs então a famosa marchinha. E em seu sofrimento conheceu a irmã de Aurora: Amélia, que aceitou casar-se com Mário mesmo sabendo que ele ainda amava a outra irmã. Afinal, ela não tinha a menor vaidade.
Boa Tarde.

Bibliografia:
Aurora (Mário Lago e Roberto Roberti)
se você e fosse sincera / Ô ô ô ô, Aurora
Veja só que bom que era / Ô ô ô ô , Aurora
Um lindo apartamento / Com porteiro e elevador
E ar refrigerado / Para os dias de calor/ Madame
Antes do nome / Você teria agora/ Ôôôô Aurora
Allah-la-ô Composição: Haroldo Lobo e Nássara

Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O Sol estava quente, queimou a nossa cara
Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô...
Viemos do Egito
E muitas vezes nós tivemos que rezar
Allah, Allah, Allah, meu bom Allah
Mande água pro iôiô
Allah, meu bom Allah,
(Agradecimentos: Alexandre Saad Kyk, Andréa Obata, Rodrigo Iervolino. Pela viagem coletiva que deu origem a esta crônica)


sexta-feira, 26 de março de 2010

APRENDAM


Meninas!!! Aprendam. O homem mede o quanto a mulher é boa de cama pela iniciativa que ela toma para ter o seu próprio orgasmo (mexe, vira pra lá vira pra cá percebe que ele ta quase lá e tira pra ele não gozar antes dela) .

É importante também tanto que ela consegue adiar o gozo do parceiro sem perder o Tesão.

A última coisa que o homem que ouvir é um “goza logo!” a menos que você seja uma prostituta.

OU SEJA: SEJAM EGOÍSTAS NA CAMA, e depois de se esbaldarem aí sim, sejam generosas.

Essa é uma ordem que todas as mulheres que enlouquecem os caras na cama seguem.

De boa: essa dica vale mais e é bem mais fácil que decorar o kama sutra!!

É isso mesmo meninas... acabou a época de se acharem menininhas e que o cara tinha que fazer tudo hoje se a mulher tem que mandar bem também e vocês estarão sendo julgadas. E principalmente: a competição esta acirrada.

Na verdade não é nada de mais: vocês fizeram isso com os homens durante séculos e a gente está aqui ainda.

É apenas um dos efeitos colaterais da fumaça de sutiã.

O importante é curtir!!!


Discordo Dr Gikovate!


Achar que o outro é um príncipe ou princesa, a metade que faltava é uma grande balela! Mas também achar que somos completos e auto-suficientes como afirma o psicólogo das mídias Dr. Gikovate é uma besteira maior ainda.

Chego verdadeiramente a me irritar com esse papo de auto-suficiência!

Não somos eremitas, vivemos numa sociedade, se não conseguimos sobreviver sozinhos porque deveríamos nos achar emocionalmente auto suficientes?

O papo do Dr. Gikovate é ótimo para quem acabou de tomar um pé na bunda e está com a auto estima em frangalhos.

Não quero ser do contra mas nesse caso tenho que alertar pois vejo esse cara ser idolatrado, quando ele não faz mais do que gerar ilusão, egoísmo, superficialismo e depressão (hmmmmmm, aí acho que ele deve ganhar uma nota dos laboratórios)

Desculpem-me o desabafo, mas é importante entender:

Discordo do Dr. Quando ele diz que somos completos, achar isso é formula de frustração.

Tão pouco a parte que nos falta está em outra pessoa, essa é a formula da decepção. (nesse ponto concordo com o Dr. Flávio)

Estamos sozinhos buscando nossa complementação, nosso aprendizado.

Isso implica em conhecimento, realização, objetivos, acertos e erros.

Existe uma parte desse aprendizado que é AMAR!

Para amar alguém temos que amar a nós mesmos (concordando com o Dr).

Mas a importância do amor próprio esta justamente em ser a principal ferramenta para amar alguém.

Quando estamos envolvidos com alguém devemos ter em mente que são duas pessoas (Concordo de novo com o Flavinho) cada uma com sua individualidade.

Mas o relacionamento é um terceiro elemento, esse elemento é composto de troca, de cessão, proteção, entrega, de favores, gentilezas, reconhecimento e admiração mútua. Mas também dentro dele acontecem brigas, decepções, mal entendidos e responsabilidade. E isso envolve as duas pessoas.

“Serás eternamente responsável por aquilo que cativas.” (Sant Exupéry) .

E o sexo?

Concordo quando o Giko, fala qua o orgasmo é individual (pois só quem tem que consegue sentir).

Mas para quem resume o sexo a orgasmo é melhor que vá a uma zona ou pague um garoto de aluguel.

OU SEJA: Não dependemos do outro para ser feliz, mas jamais seremos felizes se amarmos somente a nós mesmos.

Boa Tarde!





quinta-feira, 18 de março de 2010

Palavras e Atos


As pessoas não dizem mais eu te amo. Elas têm medo... É muito fácil não se comprometer com palavras pois aí qualquer ação se justifica. "Eu não disse isso." Por outro lado, quando não se diz, qualquer ação também pode ser cobrada como ato de amor.

Olha o que eu deixei de fazer: isso é prova que te amo. Eu estou com você: isso e amor.
(deixou de fazer? Estar comigo? Ahhh, existem vários motivos para deixar de se fazer coisas até preguiça, para se estar com alguém também, (carência e até teimosia, posse).

Fazer sem falar é cômodo, prático e fácil assim como inútil. Tão inútil quanto só falar.

Antigamente eu dizia eu te amo todos os dias a diversas pessoas que eu realmente amo!

Hoje é perigoso dizer isso, pois o amor tornou-se objeto de exclusão. O pior é que não sou eu mais eu que decido quem eu amo ou deixo de amar, a sociedade é quem julga.

"Amo você" é um termo curto que para mim era infinitamente amplo. Significava que além do carinho havia uma ligação fraternal, amorosa, de doação mútua.

Hoje "eu te amo" tem conotação sexual, de flerte, coisa de homem e mulher e devemos eleger cuidadosamente a quem dizemos.

Humpf! Coisa de quem não vinga, uma humanidade de ventre seco que tem medo do trabalho que o filho vai dar. Ou da perda da liberdade egoísta que esquece que a vida continua naquilo que geramos (inclusive no amor).

Se todos falassem eu te amo, o mundo seria muito melhor.

E quem não fala não faz e não faz porque não sente!

Pois bem, a partir de hoje EU me rebelo:

"...eu tenho dois braços, e o amor do Mundo..." e direi EU TE AMO para tantos que amo e amarei. Pois quem não diz, faz apenas aquilo que lhe é conveniente, e não é digno de ser amado.

Bom dia!


segunda-feira, 8 de março de 2010

Ir em Frente?

-Opa! Opa! Tô chegando a algum lugar...

-Mas como ele será?

-Ai meu Deus!

-Será que vai ser legal como eu achava?

Ou não, vai que tenha cheiro ruim, tenha alguma coisa grudenta no chão... e se a parede for de uma cor que eu não gosto?.... Acho que não vou mais.

-Tsc, que idiotice vou entrar de uma vez! Um, dois e... e...

– Calma, só um pouco... deixa eu respirar...

- Talvez se eu for pra outro lugar primeiro.. Ir me acostumando a chegar... depois eu saio rapidinho...

-É isso!

-Ouiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! Sai sem me machucar!!! Agora vamos lá para onde eu queria ir!

-Ai, mas será que que vai ser legal? E se for diferente do outro...

-Ai meu Deus! Será que vou? Será fico?


Boa tarde!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dar Um Tempo...

Dar um tempo sempre foi uma coisa difícil pra mim, sou ansioso por natureza, e dar um tempo remete a ter paciência, ver o que acontece etc. etc. etc. Mas há vezes que esse sacrifício tem que ser feito em prol do próprio relacionamento.

O desgaste da convivência, as cobranças, quando começam a tomar um vulto de birra, intolerância, sufocamento e mais quando começa-se a incomodar-se justamente com aquilo que mais se gostava na pessoa, sem no entanto deixar de amar e ainda sem o desejo claro de terminar.

É o império do "mas": -amo mas..., -queria me aproximar, mas... Logo o "mas" dá lugar ao não sei se quero, não sei se vou, não sei se amo.

Essa hora é a hora do tempo.

Muitas vezes me juntei ao coro do "Tempo é uma coisa que não existe", e na maior parte das vezes não existe mesmo. É um artifício para diminuir o sofrimento da separação.

Não quero sofrer, ninguém quer, acredito em relacionamentos eternos, mesmo que não tenha ainda vivido um e por isso talvez o tempo talvez seja apenas o que é: um tempo. Um tempo para dar autenticidade ao que se sente.

Que assim seja. Salve o tempo!




terça-feira, 2 de março de 2010

Transacional


O que é se relacionar senão trocar? Uma relação existe entre um plural de coisas, bom mal ou mais ou menos sempre temos que ceder e receber. Amor altruísta.... hmpf não existe (talvez o da Madre Tereza). O Problema é as pessoas se engajarem em jogos sem ao menos saberem que estão jogando.

Sou fã de carteirinha de um americano chamado Eric Berne, o cara decodificou centenas de jogos que as pessoas jogam entre si. É o principio da análise transacional.

Ele começa definindo uma série de "passatempos" jogos simples cujo objetivo é simplesmente uma integração social, por exemplo "você viu o jogão de ontem?" (homens) ou "Onde vc conseguiu essa cor de esmalte?" (mulheres). Nesse tipo de passatempo as pessoas promovem interação, aceitação mas se as pessoas não entrarem no jogo simplesmente se muda de circulo.

Quando a conversa começa a esquentar, secretamente inicia-se um jogo de poder, onde vale a opinião mais perspicaz ou engraçada. por ex um jogo de piadas, contar piadas nada mais é do que um jogo de "preste atenção em mim" e após a conclusão (se bem sucedida) o contador de piada olha para todos com aquela expressão clara "quero ver quem conta uma melhor agora" assim estabelece-se uma relação de dominância naquela roda.

Nos relacionamentos os jogos são bem mais complicados, geralmente se compões de círculos viciosos em que estabelece-se dominador e dominado, opressor e oprimido e uma constante luta para se trocar de posição.

Outro principio de Berne está no fato de que cada um apresenta três personagens distintos para interagir numa relação: o Pai, o Adulto e a Criança.

Traça-se assim um mapa de relacionamento em que cada personagem fala e age com outro, tipo numa discussão com filosófica em que os dois querem ter a razão, Pai e Pai protagonizam uma discussão sem fim cada um falando com a criança do outro , quando chega-se a um acordo de quem fala e quem escuta, adultos falam entre si.

E quando as crianças conversam elas podem desde brincar, se revoltarem, serem cruéis e ou inconseqüentes, birrentas, teimosas e impacientes.

claro que num único diálogo, os papéis são trocados inúmeras vezes.

Claro que a AT é muito mais que isso mas abordarei esse assunto futuramente.

Afinal o negócio é Curtir.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tudo que é para sempre um dia acaba (pois não somos eternos)


Fico apavorado com a frivolidade das relações afetivas nos dias de hoje. As pessoas já não acreditam mais que podem ser felizes com alguém.
E eu, pobre integrante da facção romântica, (hoje em dia considerada quase um grupo terrorista) tornei-me um ser obsoleto num mundo repleto de emoções efêmeras.

Não sou um romântico xiita, apenas creio que qualquer relação deva ser ao menos encarada como eterna para que ela dure o quanto tiver que durar, caso contrario não há o que se buscar e muito menos ao que apoiar, não há por que se perdoar e passa se a tomar extremo cuidado com os momentos felizes, pois eles certamente se tornarão sofrimentos.

Abraço com carinho a sapiência de nosso poetinha que lascou um "que seja eterno enquanto dure" na hipocrisia das relações falidas de sua época (quando a eternidade era uma obrigação).

Mas, porém, mesmo que por um momento, precisa-se crer na eternidade. Acreditar realmente no "que seja eterno" mesmo que talvez um dia não dure.

Essa fé faz com que esse momento se concretize plenamente pois há esperança de ser parte de algo maior.
A falta dessa crença nos faz medrosos, apavorados com a possibilidade de ser feliz com alguém.

A esse pobre povo sem fé, resta uma felicidade efêmera e doentia baseada na falsa premissa de que cada um se basta.

Por isso digo, o negócio é curtir. (a dois)
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