"Amar é um dos verbos mais difíceis de se conjugar: o seu passado não é perfeito, seu presente apenas indicativo; e o futuro é sempre condicional." (Jean Cocteu)"

sexta-feira, 4 de março de 2011

A ERA DE NARCISO


Filhos que matam pais, irmão que mata irmão, pessoas que matam justamente aqueles que deveriam proteger ou pessoas que deveriam lhes prover proteção.

Essas histórias têm se tornado cada vez mais comuns, não só no Brasil mas também no mundo. A questão é: porque?

A verdade é que diante da ausência de referência e valores como honra, dignidade, respeito e principalmente gentileza e empatia. As pessoas estão cada vez mais egocêntricas. Somos Narcisos encantados com a própria imagem refletida no lago.

É a institucionalização da sociopatia, a exaltação do individualismo, um humanismo às avessas, em que cada um cuida dos seus problemas. Essa tendência é visível nos discursos de psicólogos midiáticos como Dr. Gikovate que pregam a solução unilateral de problemas, ou seja, pensar em sí antes dos outros em relação a tudo.

Ou seja: “se algo te incomoda: tire do caminho”, “não sinta culpa”, “você não tem nada com o problema do outro” e o mais criminoso dos conselhos “você não é responsável pela vida de ninguém”. Esse é, justamente, o discurso do psicopata.

Não prego altruísmo desmedido nem espero que as pessoas deixem de pensar em si. Mas pior que não se valorizar é só se valorizar. Em termos católicos é o pecado de Lúcifer: a Soberba.

Famílias teriam de ser um núcleo ligado por amor, não por laços afetivos ou responsabilidade civil. O problema é a deturpação co conceito filosófico de “Amar-se” esquecendo-se que ele esta inserido no mais antigo conceito filosófico no qual somos parte de algo maior.

Sempre houve interesse e conveniência nas relações afetivas, mas sempre houve a instauração de um núcleo emocional em torno disso.

O que acontece hoje é que as pessoas entram na adolescência doutrinadas em que é cada um por si.

Entendam em todos os períodos de história da humanidade houveram coisas mais valiosas que a vida. E as pessoas que amamos e coisas que acreditamos sempre estiveram entre essas coisas.

Hoje que a própria vida é o valor maior as pessoas deixam de amar de uma hora para outra. Não se sacrificam, na verdade essas pessoas não têm mais porque viver. Cedo ou tarde se tornam depressivos, adquirem síndrome do pânico... Não há coincidência de que esses disturbios estejam tão "na moda".

E por mais cruel que pareça aos individualistas, essas pessoas que só vivem por si não farão falta ao mundo pois não deixam legado.

Fernando Pessoa define bem essas pessoas nos versos:

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.

És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.

E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?"

O Mais importante deste texto é a palavra MITO, pois o EU não é mais que isso. Pois só somos alguém no mundo quando as palavras “você” e “eu” passam a ter exatamente o mesmo significado se tornando "NÓS".

Boa Tarde!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Eu era feliz e sabia:


Na minha infância as coisas que me faziam feliz eram:
Hora do recreio, cachorro quente no lanche, sanduíche de bolacha Mabel com requeijão, brincar no jardim Carlos Gomes, subir em árvore, com meus amigos e ficar conversando cada um no seu galho, fazer carrinho de rolemã e descer a toda até capotar, voltar ralado para casa e fugir que nem doido da mãe que tentava passar Merthiolate (que ardia pra dedéu naquela época).

Na TV tinha também o “Mundo Animal” programa que passava na globo as 11h antes do programa de desenhos que começava às 11h30 e se chamava “Globo & Cor” (passavam desenhos como "Zé Colméia", "Leão da Montanha" e "Coelho Ricochete")

Eu era parte de uma turma na rua: O Clube dos Cinco, éramos Eu, os irmãos Julio e Rodolfo, o Nando que era o menorzinho e a irmã mais velha dele e única menina a Daniela. Passávamos as tardes na rua, brincávamos de pega-pega, policia e ladrão, esconde-esconde. Eu sempre fui o "gordinho" da turma sempre e fui bastante "zoado", tanto na escola quanto na turma, mas isso so me fez buscar e me impor por outros atributos, explorei minha curiosidade, li muito e até hoje sempre encontro gente daquela época que me chame chame de "barsa" (referência à enciclopédia).

Tínhamos um clube de correspondência que foi anunciado no jornal infantil “Globinho” apresentado pela Paula Saldanha, (que nada tem a ver com a “TV Globinho” de hoje).  Na terça e na quinta feira as 16h tinha "Batmam", e às segundas "Mulher Maravilha" com a Linda Carter (que foi a minha primeira grande paixão).

Tínhamos nossas bicicletas: todas “envenenadas” pintadas, e invariavelmente raladas como nossos joelhos. Tínhamos “esconderijos” onde escondíamos nossos “tesouros” (geralmente brinquedos, desenhos etc). Chamávamos esses lugares de base (base1, base 2 até 5). Entravamos no mato. Pisávamos em formigueiro e bebíamos agua da torneira das casas.

Uma vez descobrimos um buraco em que havia se formado um lamaçal. Entramos até a cintura e ficamos lá andando na lama por horas... Voltamos cobertos de lama ate o ultimo fio de cabelo para horror de nossas mães.
Tempos depois, na parte de cima da rua, mudaram-se uns meninos mais velhos que logo se tornaram “rivais” pelo domínio da rua. Volta e meia a gente se provocava. O que acabou culminando na “guerra das pedradas” em que o pobre Rodolfo levou a pior e abriu o supercílio.
Depois disso as turmas se juntaram havia os irmãos Daniel e Marco, André, Bilú e o Amaury (que eram mais velhos).

Haviam os bailinhos que aconteciam assim: todo mundo conversava mas nunca se misturavam meninos e meninas.
Quando começava a tocar musica lenta. Era automático: os meninos iam para um lado e meninas pro outro. Os meninos suavam frio, ninguém queria ser o primeiro a pedir para dançar. Quando alguém tomava finalmente coragem já tinha rolado umas duas musicas... Depois do primeiro vc tinha que ser rápido para que ninguem pedisse a menina que vc estava de olho...

Eu pessoalmente gostava das mais altas para tirar uma casquinha com a orelha. Hehehe.
Resumindo uma infância feliz!
(vejam as aberturas do Globo&Cor e do Globinho aqui: http://www.youtube.com/watch?v=QrykvzjgzxE )
O importante é curtir.

PS: (Hoje Júlio e Rodolfo casaram e fazem carreira em multinacionais, Fernando, trabalha com turismo, Daniela em fisioterapia e casou, Daniel e Marco administram os imóveis da familia, Bilu trabalha com venda de automóveis, e Amaury é um fotografo de sucesso.)
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